Artigo: A crise e a transformação do IPE
* Por José Alfredo Parode
Em pleno século XXI, não existe salvador da pátria ou qualquer tipo de mágico.
O que precisamos é nos deparar com gestores comprometidos, destemidos e seguros de suas decisões. Em meio a constantes crises e descompassos governamentais, estão na pauta assuntos como a previdência e a saúde dos servidores.
Aqui no Estado, o nosso Instituto de Previdência ainda sofre as consequências de políticas públicas equivocadas, descoladas do necessário equilíbrio atuarial. Somente na previdência, estima-se em 2015 um déficit superior a R$ 7 bilhões, a duras penas, suportado pelo Tesouro. Esse déficit previdenciário, mais o custo da dívida pública, são os principais responsáveis pela precarização de alguns serviços públicos e pelo baixo nível de investimentos. Como resolver esse problema crônico para que tenhamos um futuro melhor?
Primeiro com vontade política das lideranças governamentais para fazer os enfrentamentos necessários, mesmo tendo que impor eventuais sacrifícios à sociedade hoje para que tenhamos um amanhã melhor. Depois, o redimensionamento imediato da capacidade de financiamento das políticas públicas, de forma sustentável e realista no presente, adotando-se ajustes necessários nas despesas e aumento das receitas, promovendo adequações no modelo institucional a serviço da sociedade. Por último, mas não menos importante, sobre desafios a serem enfrentados, com um mínimo de consenso da sociedade e aceitação dos sacrifícios, de forma solidária entre todos os poderes e a sociedade em geral. Já está nítido que é de imediata necessidade a revisão da legislação protetiva do sistema de saúde e previdência.
É preciso ter clareza que as soluções estruturantes passam por vontade política, transparência, diálogo, parceria, realismo orçamentário e atuarial. A decisão de fazer a mudança tem que ser hoje, pois adiar é irresponsabilidade com gerações futuras, que tendem a viver mais e exigem qualidade de vida.
* Presidente do IPERGS